ENTRE MEUS AIS
O teu desejo na madrugada
vem/vaga/passeia-me na pele.
O meu desejo cresce ... avulta.
Ele chega. Cala-me. Abala-me.
Forte. Aberto. Feito vento norte.
O sono se vai entre meus ais.
Eu desperto. O corpo exulta.
Nas dobras claras do lençol,
tu me descobres - desdobras,
e não há, em mim, sobras
(visíveis ... e nem ocultas)
neste festim de frete e gala.
Coberto de orvalho cor de opalas,
meu corpo molhado arremete
na beleza deste "ainda" ...
E depois desce... adormece,
na festa que, por fim, finda.
Silvia Regina Costa Lima
20 de fevereiro de 2009