OLHOS DE MAR
Ainda vejo nos teus olhos formosos
O mar com uma onda que se eleva
No fundo o sol clareando a treva
Do passado dos nossos dias gloriosos
De amantes fogosos e enamorados
Vivendo um sonho em róseas furnas,
Afastando as sombras taciturnas
Sem que fiquem, num canto, ignorados
Os percalços que sacodem seus guizos
Na existência de toda criatura,
E a agulha do amor que sutura
As feridas d’alma quando é preciso.
A juventude já não veste nossos corpos,
Mas fizemos da confiança uma armadura
Que sempre nos protegeu da investidura
Do monstro da rotina oferecendo copos
Do seu amargo elixir que enfraquece
As estruturas de um relacionamento
Necessitando a todo o momento
Uma dose de diálogo que robustece.
25/10/04.