Amor meu

Quisera perder-me entre as brumas da noite, acendendo as fagulhas da paixão adormecida.

Sentir o pulsar do seu coração descompassado em devaneios, feito menino descobrindo o amor, com o brilho intenso no olhar, quisera tanto, parar o tempo, atrasando o relógio da catedral em uma só batida.

Calar-te a fala com beijos serenos, feito à brisa suave que paira amena nas flores.

Meu coração clama por tuas mãos, tateando a face, desenhando o contorno dos lábios,

Afagando o cachear dos cabelos, em perfumes e sais, buscarem a essência que exala.

Ilusões a vista, persista no sonho, amor meu.

Pedi aos céus o solo da felicidade, ganhei de presente o seu amor.

Pintei de cor de rosa o mundo, ladrilhei as ruas com o brilho do teu olhar e em canções de amor cantarolar ao pé do ouvido, na mesma sintonia da aragem fria de manhãs outonais.

Folhas desprendem das árvores, levadas pelo vento e meu pensamento, vai ao encontro seu em passos largos, na junção de nossos corpos, embriago-me, abraço fortemente, sentindo o calor transcendental, amor meu.

Busco-te na imaginação do poente, afago lentamente enquanto dormes...

Escrito

25.04.2006

Por Águida Hettwer