Uma vida de tempestade
O céu turvado, qual negro fumo,
Iminente chuva, na realidade.
Solitário viajante muda seu rumo
Procurando abrigar-se da tempestade.
A água caindo, molhando a terra;
O vento uivando, cantiga de ninar.
Um pobre viajante sabe quando erra
Que em noite de chuva não tem onde se abrigar.
Vez em quando um relâmpago alumia
Negra que é a escuridão como breu,
E o peregrino a sua esperança fia,
Pedindo dia de sol, rezando para o Deus seu...
Assim é o poeta, como o peregrino
Que caminha em eterna tempestade
Porque aceitou seu vil destino
De muito amar por toda a eternidade.
- A ausência é o maior motivo do pranto; por sorte existe a bonança.