NUVEM DISSIPADA

Tal como a investida de uma lança, foi o mal súbito que atordoou o nosso céu

E vimos se agitar o branco véu, perante a fúria de uma escura ventania

Aquele límpido azul não mais se via e o granizo recaía solidificado em fel

Tristeza n'alma qual lambuzante gel, inferno astral que nosso leito afligia!

O dia parecia alta noite, o sol pediu licença pra fugir

O frio do mau tempo pretendia não partir, as flores desistiram de viver

Não mais parava de chover e o teto da paixão ameaçava ao chão ruir

Chorei ao perceber que não iria conseguir aquela nuvem desfazer!

Mas como o fim desavisado de uma violenta frente fria

O horizonte renovado aparecia de braços dados com o sol regressador

E refloriu nosso jardim de amor, o nosso véu mais uma vez nos recobria

Uma corrente do ar quente da alegria: aquela nuvem finalmente dissipou!

Ficou de pé o nosso abrigo, deixou as marcas da lição

Aquela nuvem de tribulação nos ensinou a dar valor ao horizonte

Já não inunda a tempestade nossa fronte, o nosso amor já é verão

O céu azul ficou por nossa razão e o temporal de nós agora se esconde!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 20/02/2009
Reeditado em 26/02/2013
Código do texto: T1448988
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