Dança do Amor

 Não sei da onde vinha a energia
Nem tampouco o calor ardente,
Sei que apenas sentia a música
E já me perdia
Em alma dormente.
O Bandonion soava possante
Em notas fortes, em fúria
E meu coração galopante
Ouvia os versos e morria.


E tudo a meia luz
Crepúsculo interior
A meia luz os beijos
A meia luz o amor.


Era o tango que voava
Por meus cabelos e veias
E me enleando estava
Em suas maviosas teias.
Meu amor a abraçar meu corpo
E eu a olhar seu rosto
Pernas enlaçadas
Ora paradas
Logo fugidias.
Passos rápidos, sonhadores
Escutados, estudados.
Agora o tango fica dolente
Encarnam em mim todas as mulheres
A voz do meu amor como aguardente
Tonteia minha cabeça, já latente
Dançamos abraçadinhos
As ruas já estão nuas
Não se ouve o burburinho
Nem dos cães sem casa
Minha vontade toda sua
Nossos corpos criaram asas
É o tango que embriaga
Agora sei de onde vinha a energia
E o calor ardente
Era o tango que sentia
A embalar-nos docemente.

sandra canassa
Enviado por sandra canassa em 19/02/2009
Código do texto: T1448107
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