Joguei uma janela aberta

Joguei uma janela aberta

No meio do céu azulado.

Saudade é coisa certa

Que arde por dentro e aperta

Meu peito tão apaixonado.

Joguei a minha cortina

Na tarde que morria triste.

Não dá pra fugir desta sina

Se o amor tornou-se rotina

Num peito que amar insiste.

Abri a porta da sala

Pra noite, que vinha serena.

Lembrei que a saudade me cala,

Que me cabe somente amá-la:

Teu rosto, tua pele morena.

No final das contas, o que é a distância, se tudo é energia e viaja na velocidade da luz?

O que é a distância, se a lua está tão distante e eu aprendi a tocá-la?

O que é impossível, se o amor parecia irreal, até que meu peito ficou repleto?

Começo a crer que distância e impossibilidade são criações humanas...

Basta uma volta ao redor do lago para ir longe, chegar à capital e no futuro. E para quem não sabe: o que muitos chamam de sonho, os poetas, os anjos e Deus chamam de profecia.

Joguei um lenço molhado

No meio da madrugada.

E confesso ter chorado

Por ainda não ter ao lado

A minha mulher amada.

E orei com muita firmeza

No meio do céu deserto:

"Oh, Deus, minha fortaleza,

Diga, para eu ter certeza:

Poeta, Eu fiz dar certo!"