SE ME PERGUNTARES…
Porque me contento pouco
Porque é raro chorar
Porque só através de Ti
Me consigo expressar
Porque a dor
É penitência
É demasiado real
Na qual não acredito
Mas da qual
Fiz parte do meu ideal
Porque em vez de chegar
Estou sempre a partir
Voltando ao mesmo local
Porque nunca sei
Realmente para onde ir
Se devo ir em frente
De lado
Ou simplesmente fugir
Do que és
Apesar do amor
Da dor
Que sistematicamente
Insistes em me infligir
E por isso não sei…
Minha querida
Não sei o que fazer
Se fecho a porta
Se me hei-de render
Aos teus afectos sagrados
Mas que no meu intimo sinto profanos
Se continuo a lutar
Para me
E te tentar mudar
Para vivermos numa paz
Que sei impossível
Ou numa guerra
Que dura
E durará para sempre
Tenho medo da falta
Do vazio que farás
Quando já não estiveres presente
Presente caro de aceitar
Pois a tua figura
É demasiado onerosa
Para a sustentar
Por isso talvez
De bolsos vazios
Mas de alma preenchida
Prefiro que vás
De uma vez por todas
E assim
Deixar sarar
A minha perene ferida…