SE ME PERGUNTARES…

Porque me contento pouco

Porque é raro chorar

Porque só através de Ti

Me consigo expressar

Porque a dor

É penitência

É demasiado real

Na qual não acredito

Mas da qual

Fiz parte do meu ideal

Porque em vez de chegar

Estou sempre a partir

Voltando ao mesmo local

Porque nunca sei

Realmente para onde ir

Se devo ir em frente

De lado

Ou simplesmente fugir

Do que és

Apesar do amor

Da dor

Que sistematicamente

Insistes em me infligir

E por isso não sei…

Minha querida

Não sei o que fazer

Se fecho a porta

Se me hei-de render

Aos teus afectos sagrados

Mas que no meu intimo sinto profanos

Se continuo a lutar

Para me

E te tentar mudar

Para vivermos numa paz

Que sei impossível

Ou numa guerra

Que dura

E durará para sempre

Tenho medo da falta

Do vazio que farás

Quando já não estiveres presente

Presente caro de aceitar

Pois a tua figura

É demasiado onerosa

Para a sustentar

Por isso talvez

De bolsos vazios

Mas de alma preenchida

Prefiro que vás

De uma vez por todas

E assim

Deixar sarar

A minha perene ferida…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 19/02/2009
Código do texto: T1447121
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.