O UNIVERSO PARALELO
Posso romper portais de realismo quando cerrando os olhos meus, consigo te encontrar;
A caminhar nas calmas ondas de um prateado mar, a deslizar em algodões de neve;
E observo pétalas a passear num ar tão puro e leve, num rastro de perfume a te imitar;
Que lá consigo te alcançar e te falar os versos que meu coração escreve!
Quando transponho esses portões de improbabilidade eu me deparo com o ineditismo;
E sintonizo as frequências de teu magnetismo, no intuito de ligar os nossos corações;
E os beijos teus não são delírios ou alucinações, e sim porções do realismo;
Podendo flutuar sobre o perigo do abismo, bebendo vida nas fontes de tuas seduções!
Eu vejo um leito flamejante, eu ouço um canto de paixão alada;
Sou eu e minha amada, dilacerando o véu do inaceitável impedimento;
Ali nosso pecado é salvamento e o sentimento é pavimento de outra estrada;
Onde não se proíbe nada que nossos corações concebam como intento!
Eu sou monólogo humano que tem dois corações em duas dimensões;
Um para a sobriedade e outro das inebriações, um lado vivo e outro ainda mais;
Aqui calo meus ais, porém ali te amo em pleno céu de ilusões;
Um louco feliz na lucidez de suas visões, morto nesse mundo e que no outro se refaz!