O UNIVERSO PARALELO

Posso romper portais de realismo quando cerrando os olhos meus, consigo te encontrar;

A caminhar nas calmas ondas de um prateado mar, a deslizar em algodões de neve;

E observo pétalas a passear num ar tão puro e leve, num rastro de perfume a te imitar;

Que lá consigo te alcançar e te falar os versos que meu coração escreve!

Quando transponho esses portões de improbabilidade eu me deparo com o ineditismo;

E sintonizo as frequências de teu magnetismo, no intuito de ligar os nossos corações;

E os beijos teus não são delírios ou alucinações, e sim porções do realismo;

Podendo flutuar sobre o perigo do abismo, bebendo vida nas fontes de tuas seduções!

Eu vejo um leito flamejante, eu ouço um canto de paixão alada;

Sou eu e minha amada, dilacerando o véu do inaceitável impedimento;

Ali nosso pecado é salvamento e o sentimento é pavimento de outra estrada;

Onde não se proíbe nada que nossos corações concebam como intento!

Eu sou monólogo humano que tem dois corações em duas dimensões;

Um para a sobriedade e outro das inebriações, um lado vivo e outro ainda mais;

Aqui calo meus ais, porém ali te amo em pleno céu de ilusões;

Um louco feliz na lucidez de suas visões, morto nesse mundo e que no outro se refaz!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 18/02/2009
Código do texto: T1445524
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