Teu ultimo poema
Quando penso no que foi - passado -
Com toda a duplicidade que há nesta palavra
Tento em vão entender onde perdeu-se
Ou então, por que foi que apenas morreu
Toda a magia , uma luz que virou nada.
Eu sei, nada é pouco pra dizer,
Afinal o que restou , é pra valer
Mas não é tudo o que precisa a minha alma
Uma amizade sim, irá prevalecer
mas serei só eu, na luz do amanhecer
Eu e o poema, te esperando na alvorada
Recolho agora os já antigos escritos
E escondo de mim mesmo nalgum lugar
Assim como escondo no infinito
A beleza que um dia foi te amar
"Um dia" digo, por que já nem sei quando
Você sem dizer nada me pediu
Pra deixar esses afagos, que nem tanto
Quanto uma luz inapagada, nos surgiu
Será que findo o baile desta vida
Verei-te noutro tempo , não passado
Talvez em outra era, outros ares
Terei-te enamorada, ao meu lado
A morte não é exílio, nem castigo
Se fosse verdadeira essa miragem
Quisera eu o vento do teu corpo,
Mas nem depois de morto, terei aragem
Despir-me de desejos talvez seja,
A cruel e singular verdade restante
Nâo digo pois amiga que não a quero
Ms, que hoje te espero, mais que antes
Por fim, pra não mais ser o teu poeta
Que apenas sabe dos amores seus cantar
Serei então um vaporoso atleta
Que almas e destinos vem enfrentar
Esconda-me então nos teus delírios
Nos sonhos impossíveis de tua alma
Serei a voz que ecoa na brisa doce
Farei no teu torpor, a tua calma
Me pouse nos teus lábios de menina
Serei uma partícula de emoção
Aquele pensamento que alucina
Poeta vil, jazendo em teu coração.