A ORQUÍDEA DAS NUVENS
Minhas estrofes já desistiram de tentar te esquecer;
O meu olhar faz pouco caso do que vê se ele não te olha;
A minha glória só fará história quando eu te merecer;
Não há como viver sem teu registro na memória!
Teu modo inapelável de me incendiar é o que me apela;
Um signo de donzela sob a capela de teu emblema sedutor;
Que mal chegou e meu ardor já quer morar com ela;
Sereia infinitamente bela, a própria perdição emoldurada de pudor!
É muito estranha essa provocação sem atitudes;
Meus passos sobem elevadas altitudes, querendo alcançar teus pés;
O sol no horizonte é o que tu és, orquídea desfilando dentre nuvens;
Tímida filha das luzes, traços perfeitos quais trovas e cordéis!
Meu corpo anda conspirando por tuas notas simétricas;
Teus olhos são canções tão geométricas, que eu te convido para dançar;
Meu beijo quer te namorar e te falar que teus acordes não têm réplicas;
Porque na inspiração de minhas prédicas eu já viciei te versejar!