A ORQUÍDEA DAS NUVENS

Minhas estrofes já desistiram de tentar te esquecer;

O meu olhar faz pouco caso do que vê se ele não te olha;

A minha glória só fará história quando eu te merecer;

Não há como viver sem teu registro na memória!

Teu modo inapelável de me incendiar é o que me apela;

Um signo de donzela sob a capela de teu emblema sedutor;

Que mal chegou e meu ardor já quer morar com ela;

Sereia infinitamente bela, a própria perdição emoldurada de pudor!

É muito estranha essa provocação sem atitudes;

Meus passos sobem elevadas altitudes, querendo alcançar teus pés;

O sol no horizonte é o que tu és, orquídea desfilando dentre nuvens;

Tímida filha das luzes, traços perfeitos quais trovas e cordéis!

Meu corpo anda conspirando por tuas notas simétricas;

Teus olhos são canções tão geométricas, que eu te convido para dançar;

Meu beijo quer te namorar e te falar que teus acordes não têm réplicas;

Porque na inspiração de minhas prédicas eu já viciei te versejar!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 18/02/2009
Reeditado em 18/02/2009
Código do texto: T1445267
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