PAULISTA

PAULISTA

manhã brinca de sol

minha sombra de sal

no leito suores em som

exalam sabor da noite

fêmea concha lasciva

sobre rochedo descansa

no edifício da paulista

paredes, peles em batom

fechada plena, cativa

saciada da areia dos mares

nas mãos másculas, rudes

do construtor,veneno açoite

eterno amor, andaime

cavalga, revigora, mela coração

arranha de tempos em tempos

almas arfam em lustres

tesão, paixão e ousadia

andar por andar edifica

meu pedreiro do norte

sempre salino norte

e a própria sorte

elevo, subo

topo

recosto na janela

já uma saudade

manhãs brilham

Brincam

de sol e sombra

cataclismas

corpo desliza

no salitre da pele fina

asfalto

no lábio em batom

da cidade

cintia thome

2009

Cíntia Thomé
Enviado por Cíntia Thomé em 17/02/2009
Reeditado em 17/02/2009
Código do texto: T1443800
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