ENTRE O JUÍZO E A PAIXÃO

Mais uma vez estamos nós a prometer que dessa vez é pra valer o fim;

Atribuindo ao que for bom um rótulo ruim, como estratégia inovadora;

Pois já provamos dessa fonte tentadora, nos permitindo a esse perigoso sim;

E infelizmente mesmo assim, a brevidade vem se tornando duradoura!

Somos lacrados e proibidos para tudo a que nos demos;

E bem sabemos dos estragos irreparáveis que advém dessa loucura;

Uma aventura sem o vínculo da ternura foi o que nos prometemos;

Mas em verdade não pudemos nos desatar dessa tortura!

Eu sou teu pão da novidade, o chão de tua outra face e o ar de tuas asas;

Tu és minhas brasas, contraste voraz e encomenda sonhada;

Mediante a porta fechada, tens preferido essas largas estradas;

Minhas viciadas passadas sempre vão procurar tuas fontes vedadas!

De fato não queremos ou não podemos transformar os nossos mundos;

Argumentos profundos, corações inocentes que não podem sofrer;

Era só por prazer, para ser passatempo e não estarmos juntos;

Os adeus foram muitos, como os tantos reencontros a nos contradizer!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 17/02/2009
Código do texto: T1443450
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