Solidão nunca mais

sobressaltava a procura de um amor

nas noites frias de angustia e solidão

nada encontrava e me via jogado ao chão

abraçando a latente e dissimulada dor

o sol sorria na fresta de uma janela lacrada

e iluminava um quarto, um tanto escuro

e um futuro aparentemente obscuro

fitava-me os olhos rubros, de uma noite mal passada

os dias, as noites, se passavam, morosos

que não percebiam meu estado de coma profundo

só lembranças de momentos maravilhosos

que dissipavam por uma questão de segundos

mas, num repente, observei caída, uma flor

próximo da flor, uma cintilante aliança

um sinal de vida e de sublime esperança

e o sol entra, quando se abre a porta, sem pudor

vejo a silhueta do teu corpo e te recordo inteira

sinto teu aroma exalar e florir o ambiente

canta um coração estilhaçado e carente

abraço-te para conferir se és puramente verdadeira

minha alma baila a cantiga do amor e da paz

quando você diz num cicio que voltou para ficar

que aqui é e sempre será o seu lugar

e grito ao mundo: solidão nunca mais!

Sérgio Murilo
Enviado por Sérgio Murilo em 16/02/2009
Reeditado em 11/08/2020
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