AMOR QUE NÃO MERECE AMOR

O meu olhar te ofereceu o mais intenso brilho da paixão;

Achei-me em voluntária escravidão, servi aos teus caprichos de rainha;

Fiz dos lábios meus a tua vinha, flori tua desertificação;

Fui música feliz na tua solidão, porém por tua decisão, jamais tu foste minha!

O bálsamo nas chagas de teu ferido interior fui eu;

Quem o melhor de si te deu, que se viu desnudo em teu favor;

Até me dei em tua troca por ocasião de tua dor, eu a mim mesmo desprezei;

E o teu sorriso foi a semente que plantei, mas não colhi o teu amor!

Os muitos dardos dirigidos contra ti tombaram sobre mim;

E no meu próprio rim filtrei a lágrima carmesim de teu sofrer;

Morri em prol de teu viver, comprei teus recomeços com meu fim;

Mas nem assim julgou teu coração que fiz por onde o merecer!

E quando eu já te dava os universos, o teu descaso sem aviso me abandonou;

Por muito tempo me deixou, até que enfim considerou a minha validade;

Arrependeu-se e até chorou quando bateu saudade, mas retornando quase não acreditou;

A fila andou e em seu lugar achou quem me doou tudo que me negou sua maldade!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 16/02/2009
Código do texto: T1441809
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