Prisioneiro, sai de tua gaiola dourada...
Onde está o riso cristalino
que enchia de rosas meu jardim?...
Onde está o homem/poesia?
Silenciou? Abandonou-me, enfim?...
Que grilhões te amarram? As palavras
que jorravam em turbilhão, aonde estão?...
Perderam-se nas curvas dos caminhos?
Dobraram-se ante a chave da prisão?...
Onde estás, com teu sorriso franco
que eu ouvia, mesmo estando só?
Que força te arranca para longe
E me deixa em solidão, sempre e sem dó?
É a "gaiola de ouro" que te prende?...
Que te impede de ver sempre mais além?
O que faz um pássaro canoro
viver prisioneiro, sem ninguém,
Que lhe ouça e dê o valor tão merecido
E o entenda... em seu único cantar?
És prisioneiro do destino que te marca
e do qual não consegues te livrar?...
Abre a janela, meu pássaro ferido,
enquanto o carcereiro não te cegue!...
Abandona o cativeiro, vive a vida,
e sê feliz no canto que te segue!...
Ousa! Não há prisão perpétua neste chão!
Abre a gaiola e tuas asas solta
elas se movem e ao céu te levarão!...
Vai! Voa! E não olhes à tua volta!...
Coragem! Atrás de qualquer curva do caminho
poderás achar a liberdade e viver!...
Prisioneiro de um carrasco tão malvado
acabarás sem canto e a morrer...
- Abre a gaiola, "pássaro ferido"!...
A liberdade pode ter até algum preço.
mas não se compara à tua vida de renúncia
e a viver com quem não tens nenhum apreço!
Ousa! Vive! Voa! Não há garantia
de felicidade na mudança!
Mas certamente, nas amarras da mesmice,
não vais encontrar mais a bonança!...
A terra é tua... e teu sorriso é cristalino!...
Sê feliz! Ouve a voz de coração
antes que se cale, e que te maldigas
por viver em eterna solidão!...
Vôa! Sê feliz na imensidão!...
Eu acompanharei tua escalada
e te acompanhará minha oração...
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Obs.: Como minha sogra e "mãe do coração" estará ausente por uns dias, coube a mim a tarefa de postar alguns dos seus poemas! Eu penso que este poema minha sogra escreveu para ela mesma!!... Perdão, sogrinha, mas foi o que pensei... Te adoro!! Bjs!
Cláudia Valéria, esposa do Emanuel Antonio.