AMOR-SUBLIME AMOR
Minha alma descende das pedras mudas, em meu corpo sublime,
O cinzel, ainda burila; e se toda dor, é advento atroz para o aprendiz;
Nesta prisão, que a escolha fiz; não posso afirmar-me: infeliz!
Não tenho memórias, um vago pressentimento me acorda e me exprime,
Um novo dia, neste mesmo passado remoto, lembranças e injurias,
Versos dantescos, sombras do homem atroz, que no escuro ainda dorme,
Aguilhão que não escondo; na face deste filho, o pai que a dor consome
Sendo o que sou; sou eu mesmo aprendiz de minhas penúrias.
O pai é em mim, desde ainda cedo, quando no mundo estava eu em degredo;
Minha rima; é meu arrimo! E não faço segredo;
Nasci de homem, e ligeiro da ligeireza que empresta o tempo medido,
Fiz-me serventia; e meu braço empresto; no meu coração nada é escondido!
Cada lágrima que sorvo, embebo, nos açucares daquele me envia:
Os préstimos da pátria distante, anjo de minha raça que desde antes, este filho assistia!
Minha alma descende das pedras mudas, em meu corpo sublime,
O cinzel, ainda burila; e se toda dor, é advento atroz para o aprendiz;
Nesta prisão, que a escolha fiz; não posso afirmar-me: infeliz!
Não tenho memórias, um vago pressentimento me acorda e me exprime,
Um novo dia, neste mesmo passado remoto, lembranças e injurias,
Versos dantescos, sombras do homem atroz, que no escuro ainda dorme,
Aguilhão que não escondo; na face deste filho, o pai que a dor consome
Sendo o que sou; sou eu mesmo aprendiz de minhas penúrias.
O pai é em mim, desde ainda cedo, quando no mundo estava eu em degredo;
Minha rima; é meu arrimo! E não faço segredo;
Nasci de homem, e ligeiro da ligeireza que empresta o tempo medido,
Fiz-me serventia; e meu braço empresto; no meu coração nada é escondido!
Cada lágrima que sorvo, embebo, nos açucares daquele me envia:
Os préstimos da pátria distante, anjo de minha raça que desde antes, este filho assistia!