Odessa... de salto baixo
sai dessa, Odessa
desça daí
os faróis não estão em você
aqueles que querem te ver,
olhos miudinhos ou esbugalhados,
fingindo-se de abestados,
estão é atrás do prazer
mórbido que é poder ver
alguém que quer se jogar
e o Super-Homem aparecer
de repente e salvar
ou a rede do C.B. abrir
a tempo e não furar...
o show será esquecido depois
diante de um feijão com arroz
como tudo é esquecido
até pelo subnutrido
mesmo porque o ingresso
não poderá ser cobrado
o pipoqueiro agitado
também não terá parado
de agitar o saquinho
está tão quentinha a pipoca
para a mistura do sal
enquanto você se sufoca
de lá do alto com o mal
no qual você acredita
que você mesma criou
você sabe que nada sou
e que não sou de convencer
alguém que acha que tudo sabe
isso sei que não me cabe
posso passar sem temer
aquilo que você quiser
mas não me custa dizer
que vale à pena tentar:
sai dessa, Odessa
desça já daí
desça já!
Rio, 09/02/2009