Odessa... de salto baixo

sai dessa, Odessa

desça daí

os faróis não estão em você

aqueles que querem te ver,

olhos miudinhos ou esbugalhados,

fingindo-se de abestados,

estão é atrás do prazer

mórbido que é poder ver

alguém que quer se jogar

e o Super-Homem aparecer

de repente e salvar

ou a rede do C.B. abrir

a tempo e não furar...

o show será esquecido depois

diante de um feijão com arroz

como tudo é esquecido

até pelo subnutrido

mesmo porque o ingresso

não poderá ser cobrado

o pipoqueiro agitado

também não terá parado

de agitar o saquinho

está tão quentinha a pipoca

para a mistura do sal

enquanto você se sufoca

de lá do alto com o mal

no qual você acredita

que você mesma criou

você sabe que nada sou

e que não sou de convencer

alguém que acha que tudo sabe

isso sei que não me cabe

posso passar sem temer

aquilo que você quiser

mas não me custa dizer

que vale à pena tentar:

sai dessa, Odessa

desça já daí

desça já!

Rio, 09/02/2009

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 14/02/2009
Código do texto: T1438445
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