E OS ANJOS CHORAM…
Não quero ser frio nem insensível, mas para mim o dia dos namorados vale o que vale, e para mim nada, nunca valeu, pois na minha opinião o amor ocupa todos os dias e não apenas aquele, aquele que me levou a ver uma cena ridícula em tempos: eram 18h, tinha ido comprar tabaco e ao lado, numa florista, uma enorme fila de homens perfilava-se para comprar flores, com a cara de quem fazia aquilo a espaços e não como por hábito…bááá!
Os meus amores sempre foram trágicos ou demasiado curtos...
Não me posso considerar um homem só e abandonado, pois fui abençoado com o dom de voltar a amar sempre, mesmo depois da mais profunda mágoa, não acreditando já que vá encontrar o amor da minha vida mas…felizmente que tenho essa vida preenchida e o amor é quase uma virgula incontornável num texto onde dou valor a outros sentires, a outras vivências. Estou fisicamente e mentalmente só há algum tempo, e vos garanto que nunca fui tão feliz…
No entanto respeito quem me lê, e é a essas pessoas para as quais escrevo este poema, não por mim, que por mim escreveria uma crónica sobre outro assunto qualquer…mas
enfim, há que honrar o dia…
E OS ANJOS CHORAM…
Derramando sobre mim uma pungente chuva
Que não me molha
Mas sim que me ajuda
A olhar para Ti
Triste e ao mesmo tempo feliz
Triste por apostas em vão
Imensamente feliz
Porque tenho livre o coração
E os anjos choram…
E bem podem chorar
Não me interessam as suas amarguras
Nem podem interessar
Pois abri uma janela no céu
Pela qual
Acabei por me apaixonar
E os anjos choram…
Na minha imaginação
Pois posso acreditar em Deus
Mas não
Nessas figurinhas pitorescas
Da mais pura ficção…
E os anjos choram…
Sentindo eu essas lágrimas
Que são afinal minhas
Pelo que tive
Ou que nunca tive
Pelo pouco que ganhei
E o imenso que perdi
Os anjos choram
E quando dei por mim
Sorri…
Porque a vida me deu a faculdade
De ir amar até morrer
A Ti
Meu Amor
Estejas onde estejas
No presente ou no futuro
Num dia oculto
Te encontrarei
Fazendo de Ti uma Rainha
E de mim um Rei
E os anjos choram…