DILACERANTE AMOR

Sugere a volúpia que nesse afogamento eu alcanço a plena vida;

Que ela me enriquece quando me endivida, que me enaltece quando me destroça;

Ela triunfa e nem se esforça, quando me expulsa me convida;

Todos os dias de mim ela engravida, quando a vontade se esboça!

Ela é rasteira por meus ares, é o infinito em capítulos;

Nomeia meus sigilosos títulos, unge meus pecados com suor;

Oferece-me todas as mulheres nela só, me anexa aos seus caprichos;

Cinge meu delírio em seus suspiros, ata meu prazer junto a seu nó!

Ela é bondosa justo quando impiedosa, acaricia com massacre;

Faz jorrar um puro mel do suco acre, faz o céu andar em chão terreno;

É antídoto à base de seu veneno, é embriaguez implosiva do lacre;

Ela é fortuna escondida no saque, é convite na malícia do aceno!

Como o laurel de pura exageração, é todo fruto que o amor me atribui;

O paraíso é todo algo dela onde não fui, porém que logo irei;

O ecletismo magnético que eu não mensurei, a inserção que me exclui;

Deusa que em meus sonhos se institui, crime de amor a que me condenei!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 13/02/2009
Código do texto: T1437478
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