Singelo desejo

Acordei sorrindo de um sonho, sentindo-me o ser mais amado.
Porque você estava no sonho, continuei sonhando acordado.
Era um lugar qualquer, do tipo seja onde for, tudo bem, se você estiver.
Não sei bem a hora, tanto faz. Estava feliz me sentindo em paz.
Você me recebeu gostoso, me fez deitar no seu colo e me fez carinho.
Depois de uma bela macarronada e uma boa taça de vinho.
Você falou com alegria me dizendo como foi o seu dia.
As coisas engraçadas que você riu com os seus amigos.
Então falamos de fatos novos e antigos.
Que ocorreram entre nós dois.
E aí rolou um clima. Jogamos tudo pra cima.
Deixamos os problemas pra depois.
Eu peguei no teu queixo. Trouxe-te pra o meu lado.
Lasquei-te aquele beijo, sôfrego e apaixonado.
Rolamos sob os lençóis, ao som do mesmo gemido.
Naquele momento só pra nós, nos amamos no mesmo sentido.
Nosso corpo suado, extasiados, deitados na mesma fantasia.
Felizes, no mesmo sorriso, vimos amanhecer o dia.
Desta forma o amor permanece, nutrindo a mesma tola esperança.
De num futuro distante, esta não seja apenas uma lembrança,
de uma noite de amor palpitante, que nunca aconteceu.
E apenas um singelo desejo, guardado em segredo no peito meu.

 



Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.
Ivo Crifar
Enviado por Ivo Crifar em 13/02/2009
Reeditado em 08/11/2010
Código do texto: T1436794
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