REFLEXOS NOTURNOS
Reflexos Noturnos
Analisava friamente a inércia da madrugada da minha janela,
Paisagens de cores e tons opacos,
Movimentos vagarosos esperando o amanhecer,
Mas existe vida sim,
Existem sons,
Existe um mundo fervilhando sentimentos,
Daí começou a viagem de uma longa estrada sem fim,
Num momento qualquer, um pingo de chuva atingiu o papel
Fiel companheiro da caneta aos momentos de inspiração,
Nesse exato momento duas personagens passaram em alto dialogo,
Sorriam, cantavam, pareciam alheias ao avançado da hora,
Trocavam idéias, sonhos e passos rumo à escuridão
De onde se perderam, ou fugiram da minha visão,
Desviei o olhar ao céu
Um manto sagrado, venerado paraíso, um escuro véu,
Notei três estrelas dialogando enquanto cintilavam e observavam o mundo,
Daqui pra lá a visão era de solidão,
De lá pra cá talvez tivessem a mesma sensação,
Tanto que por horas a fio prometiam velar meu sono que não chegava,
Talvez não chegasse antes que elas partissem abrindo espaço ao astro rei,
Mais uma vez meu olhar toma outra direção,
Direção do som do vento que sutilmente balançava uma árvore
Que bravamente resistia e como um herói não se abalava com o oponente,
Mesma sorte não teve uma folha seca
Que romanticamente arrancada
Bailava pelo ar sem rumo definido,
Assim como quem ama não sabe ao certo onde vai chegar,
Acolhida pelo chão também sem perdeu na vasta escuridão,
Olhava a lua escondendo-se em nuvens de chuva
Formando uma imagem de rara beleza
Prateada, cinza e amarelada, ela também fazia parte da realeza,
No fundo dessa paisagem um raio caia em alta velocidade e sem direção,
Relâmpagos clareavam a noite que já se fazia fria,
Trovões começavam a sua sinfonia,
Fechei os meus olhos,
Tranquei a janela,
E com a chuva que caia no telhado,
Finalmente fui sonhar que estava outra vez nos braços dela.
By Everson Russo
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