Maritma

E este verde, como esquecer?
O mar carregou meus olhares,
O vento levou meus suspiros,
Meus sonhos tardam em suas andanças ao horizonte.

Os marinheiros sorridentes
Não trazem teu rosto de volta,
Mas eu espero. Silenciosa.
Quieta como a sombra de quem dorme.

Vou me salvando da saudade
Ou de tudo o que faça chorar
- não quero restos de mim -
Para que, ao me abraçares,
Esteja eu inteira.

Entretanto, sinto-me morrer:
A boca está fria...
É que estamos de partida a cada dia
E chegar é apenas um desejo.

Remar.
Remar ainda faz sentido.
Luzes do céu,
Caminhos do mar,
Lindas linhas harmoniosas do teu perfil acabado,
Quimeras de azul e prata
Em teus Índicos inevitáveis,
Eis-me só.
Flávia Melo
Enviado por Flávia Melo em 12/02/2009
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