SE SOUBESSES O QUE TENHO PARA TE DIZER…
Não procures os meus lábios
(De onde sairão palavras mudas…)
Mas sim os meus olhos
Para me tentares entender
Se soubesses o que tenho para te dizer…
Palavras, palavras…
Que por vezes são como armas
E queres ser tu a premir o gatilho
E a evitar o previsível verbal castigo
Ou estás só
Ou estás comigo…?
Abrigada no teu escudo sensorial
Que acho de fancaria
Que protegida de nada
Achas que nada
Te pode fazer mal…
Mas mal saias à rua
Acharás que os olhares inócuos que repousam sobre Ti
São olhares cortantes
Embora na tua visão enviesada das coisas
Tu ocupas o lugar cimeiro
Um lugar que não é exclusividade tua
Um olhar importante
E por isso
Antes de por fim falar
Te inquiro
Do que és afinal feita
Feita de amor
(como eu…)
Ou de uma substancia contrafeita?
Na esperança vã
Que as minhas palavras
Possam constituir
Qualquer tipo de lenitivo para a tua dor
Uma solução final
Serão apenas palavras
Nas quais te direi com mágoa
Que já não me és nada
Que já deixaste
De fazer parte do meu Ideal
Se soubesses o que tenho para te dizer…