SE SOUBESSES O QUE TENHO PARA TE DIZER…

Não procures os meus lábios

(De onde sairão palavras mudas…)

Mas sim os meus olhos

Para me tentares entender

Se soubesses o que tenho para te dizer…

Palavras, palavras…

Que por vezes são como armas

E queres ser tu a premir o gatilho

E a evitar o previsível verbal castigo

Ou estás só

Ou estás comigo…?

Abrigada no teu escudo sensorial

Que acho de fancaria

Que protegida de nada

Achas que nada

Te pode fazer mal…

Mas mal saias à rua

Acharás que os olhares inócuos que repousam sobre Ti

São olhares cortantes

Embora na tua visão enviesada das coisas

Tu ocupas o lugar cimeiro

Um lugar que não é exclusividade tua

Um olhar importante

E por isso

Antes de por fim falar

Te inquiro

Do que és afinal feita

Feita de amor

(como eu…)

Ou de uma substancia contrafeita?

Na esperança vã

Que as minhas palavras

Possam constituir

Qualquer tipo de lenitivo para a tua dor

Uma solução final

Serão apenas palavras

Nas quais te direi com mágoa

Que já não me és nada

Que já deixaste

De fazer parte do meu Ideal

Se soubesses o que tenho para te dizer…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 12/02/2009
Código do texto: T1435057
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