A ESTRELA ADORMECIDA
Está rendida sobre mim a mais sublime dentre todas as estrelas adormecidas;
Contemplo a sincronia de suas medidas, desliza em suas curvas o meu olhar;
Na maciez de seus cabelos meu devaneio está, vejo um pomar nas suas formas estendidas;
Nem mesmo uma centena de eras vividas eu trocaria por um segundo desse show espetacular!
Ela adormece extenuada e recostada ao peito desse mortal tão privilegiado;
Que a retirou de um céu completamente estrelado, e agora se alimenta de seu brilho;
No seu repouso tão tranquilo há dois olhares protetores de um homem deslumbrado;
Que lhe abraça com afeto acalorado, que afasta com seus beijos o assédio do frio!
Tocando em ritmos de carícias, sinto a verdade nascedoura do que seja a poesia;
E a presumir entendo que seria essa fartura de sedução que não se mede;
A minha mão me pede pra conhecer esse pomar com fome em demasia;
Tal como a noite que virou dia e que meu corpo novamente me pede!
Uma divina partícula de imensa sublimidade trouxe alegria à minha cama;
Floriu a minha madrugada com sua chama, brindou seu êxtase no meu viver;
Sinto que é dela todo meu ser, sinto que é amor tanto fascínio que se inflama;
Dorme minha estrela-dama, e eu lhe contemplo arrebatado de prazer!