AMOR

AMOR

J.B.Xavier

Que meus gritos não te firam os ouvidos

Na eternidade desse silêncio ao qual me condenaste

E se em minha eterna condenação não pensaste,

Não te firam agora esses meus versos desvalidos...

Não te cheguem à alma essa minha tranqüila inquietude

Com que assisto da frisa do tempo o último ato dessa insensatez

De ter te amado, na idolatria de um amor que o tempo não desfez

De ter resumido o universo no vazio dessa desesperançada plenitude...

Que meus lamentos não te maculem a aurora

Que ainda nascerá para o triunfo de teus ensolarados dias

E que minhas tristes e decantadas elegias

Não te revelem meu trajeto nesse caminho sem luz vida afora...

Não se levantem meus lamentos para te ferirem - antes,

Cheguem ao teu universo apenas meus sorrisos,

Para que te lembres apenas dos indescritíveis paraísos

Pelos quais caminhamos em nossa eternidade de instantes...

Que tudo ao teu redor cante a vida, sobre a qual tanto me ensinaste,

E que esses versos, e tantos outros sempre incompreendidos

Não te tragam tristezas nem sobressaltos aos sentidos...

Pois ainda és minha alegria, na tristeza do silêncio ao qual me condenaste...

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JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 11/02/2009
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