Réstias de sofrimento

Os caminhos que levam ao meu

coração estão desertos e áridos.

Não há caminhantes que conduzam

o amor aos vasos sangüíneos

e as veias estão obstruídas

pela mágoa de dores.

Perco-me na imensidão do

desejo que não foi satisfeito

entre lençóis brancos

e travesseiros macios.

Almas foram desfeitas

no encontro de um longo

desencontro traçado em

anos perdidos entre nossas vidas.

Há lágrimas derramadas

vindas de olhos distantes

e inexpressivos.

Tento me situar no passado

que um dia foi meu e seu.

Resta-me somente a dor

que ficou presa na garganta

entre palavras não ditas ou

mal interpretadas.

Não junto belas letras

nesses traços, pois acumulo

réstias de sofrimento

na escrita mal traçada.

Mão trêmulas denunciam

a insegurança de agora

vinda na emoção recente.

A solidão denuncia a sua

falta em minha vida e

a casa permanece vazia.

E sem respostas para as

perguntas que faço sigo

o meu caminho que agora

sei é definitivamente

separado do seu.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 10/02/2009
Código do texto: T1431997
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