POEMA DO SON(H)O
Fecho os olhos
como se portas fossem:
deixo lá fora, por instantes,
a frágil realidade.
Seguro tuas mãos e piso
o primeiro tijolo amarelo
da longa estrada.
O tempo é fictício.
Sagrado é o gesto
de te abraçar
e sentir asas brotando
em minhas costas.
Um voo.
E as coisas começam a dançar
diante de mim.
O tempo é água ao sol.
Deitado ao teu lado, mastigo
a nuvem lá em cima.
Sagrado é acordar
e viver o sonho.