PRAZER DESCOMUNAL

Meus olhos nem precisam se abrir para avistarem tuas formas;

Rio de néctar rompendo comportas, assim me inunda o teu beijar;

Negros cabelos por meu peito a se espalhar, marcas de delírio pelas costas;

Tâmaras em teus seios expostas, um paraíso ao dispor do meu amar!

Sucos de insanidade nas explosões sudoríparas a dois;

Nada fica pra depois, tal como a fé no mundo logo mais a se acabar;

Roupas a se despedaçar, céu a conspirar pelo luar que nos dispôs;

Termas de paz na guerra que sois, ambos um tango infinito no leito a vibrar!

E eis que se dão estágios críticos de uma mútua simetria intravenosa;

A paixão é venenosa, mas nossos poros afirmaram que é vida;

Harmoniosa chegada e partida, vertida em coito entre o verso e a prosa;

Orvalho acasalando a rosa, ciclone penetrando a brisa!

E o tempo foi condescendente, e o céu foi resistente ao devaneio;

Chamamos pelo sol e ele veio, marcamos com a lua e lá nos encontramos;

O teu incêndio foi o meu descanso, te dei nuvens por esteio;

Horas e dias de intenso passeio, jogo em que ambos ganhamos!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 10/02/2009
Código do texto: T1431646
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