Diria que não devera
Diria a mulher que não devera
Se acoitar por tanto que rasteja
E faz de sua ilustre testa
Deixar que esse resto lhe apedreja
E que a tem de carregar cada pedra
Como se cada pedra
Fosse parte tua
Até se sustentar em ser
Somente pedra
Uma única pedra
Fria, parada e crua.
Somente quando
Restar-lhe a chuva, o sol e o vento
Abraçando sua superfície dura
Beijando-lhe nua por dentro
É que sentirá de novo seus gestos,
Charmes e desejos
E sua beleza se elevará em brumas
Assim como se fez por natureza
Que nessa altura te ouvirá por consciência
Do amor em ti que só se alcança
Por aqueles que flutuam...
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Leonardo Lopes