Diria que não devera

Diria a mulher que não devera

Se acoitar por tanto que rasteja

E faz de sua ilustre testa

Deixar que esse resto lhe apedreja

E que a tem de carregar cada pedra

Como se cada pedra

Fosse parte tua

Até se sustentar em ser

Somente pedra

Uma única pedra

Fria, parada e crua.

Somente quando

Restar-lhe a chuva, o sol e o vento

Abraçando sua superfície dura

Beijando-lhe nua por dentro

É que sentirá de novo seus gestos,

Charmes e desejos

E sua beleza se elevará em brumas

Assim como se fez por natureza

Que nessa altura te ouvirá por consciência

Do amor em ti que só se alcança

Por aqueles que flutuam...

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Leonardo Lopes

Leo Lopes
Enviado por Leo Lopes em 10/02/2009
Código do texto: T1431065
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