Afasta esse cálice...

Nasci para amar e ser amado

Um amor não tão complicado

E me chega assim o danado?

Atormentando as minhas horas...

Que enfado... Seu safado!

Vêem com papo sensual e fascinante

No fundo és uma réptil vil e insolente

Rasteja e depois me deixa dormente

Que lampejo tens safada e inconsequente

Mais parece uma espécie de deusa

Mas esconde entranhas de medusa

Que se insinua e se embrenha confusa

Em seus viciados e suplicados versos

Falam que a sofreguidão em si padece

Naquele frio tormento afligindo o corpo,

Saudade que desce a todo o momento

Na constante ausência de sentimento

Já me fartei e quase que enfartei

Nos delírios dos versos que improvisei

É impossível resistir à sua malicia

Porque traças e escreve com graça

Há tanta sensualidade e beleza

Que vejo nascer da sua lavra e nobreza

Penso estar mesmo diante de uma princesa

A manusear as letras com arte e proeza

Você sabe que me fascina e encanta

Deixa-me logo de quatro no ato

Balança seus fartos seios na ceia

Corpo que não obedece e só se incendeia

A ausência do meu beijo tão inocente

É resultado da timidez de um ser carente

Suspeito que haverá de conseguir ali na frente

Realizando a felicidade dos verdadeiros amantes.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 10/02/2009
Reeditado em 10/02/2009
Código do texto: T1430916