Afasta esse cálice...
Nasci para amar e ser amado
Um amor não tão complicado
E me chega assim o danado?
Atormentando as minhas horas...
Que enfado... Seu safado!
Vêem com papo sensual e fascinante
No fundo és uma réptil vil e insolente
Rasteja e depois me deixa dormente
Que lampejo tens safada e inconsequente
Mais parece uma espécie de deusa
Mas esconde entranhas de medusa
Que se insinua e se embrenha confusa
Em seus viciados e suplicados versos
Falam que a sofreguidão em si padece
Naquele frio tormento afligindo o corpo,
Saudade que desce a todo o momento
Na constante ausência de sentimento
Já me fartei e quase que enfartei
Nos delírios dos versos que improvisei
É impossível resistir à sua malicia
Porque traças e escreve com graça
Há tanta sensualidade e beleza
Que vejo nascer da sua lavra e nobreza
Penso estar mesmo diante de uma princesa
A manusear as letras com arte e proeza
Você sabe que me fascina e encanta
Deixa-me logo de quatro no ato
Balança seus fartos seios na ceia
Corpo que não obedece e só se incendeia
A ausência do meu beijo tão inocente
É resultado da timidez de um ser carente
Suspeito que haverá de conseguir ali na frente
Realizando a felicidade dos verdadeiros amantes.
Hildebrando Menezes