DEMÊNCIA ALTERNATIVA

Corpos que se fundem

Na chuva ácida

Da nossa personalidade

Jogo de desencontros

Viciado

Desde o começo

Um amor trocado pela carta

Onde li no verso “apenas amiga…”

Deixando-me levar

Pela

Demência alternativa

Olhos cegos

Que perscrutam

Demasiado bem

Para lá da escuridão

Para um algures

Onde fugiste

Depois de me roubares o coração

Deixando-te impune

Sem pena

E muito menos castigo

Porque

Sinto

Já te sentires penalizada

Quando estiveste comigo

E que hei-de fazer?

Nada

Nada a não ser

Reparar velhos estragos

E fazer-me de novo à estrada

De voltar

Ao tal ponto de partida

Onde nos encontrámos

E desencontrámos

Banhados por essa estranha chuva:

Demência alternativa

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 09/02/2009
Código do texto: T1429624
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