DEMÊNCIA ALTERNATIVA
Corpos que se fundem
Na chuva ácida
Da nossa personalidade
Jogo de desencontros
Viciado
Desde o começo
Um amor trocado pela carta
Onde li no verso “apenas amiga…”
Deixando-me levar
Pela
Demência alternativa
Olhos cegos
Que perscrutam
Demasiado bem
Para lá da escuridão
Para um algures
Onde fugiste
Depois de me roubares o coração
Deixando-te impune
Sem pena
E muito menos castigo
Porque
Sinto
Já te sentires penalizada
Quando estiveste comigo
E que hei-de fazer?
Nada
Nada a não ser
Reparar velhos estragos
E fazer-me de novo à estrada
De voltar
Ao tal ponto de partida
Onde nos encontrámos
E desencontrámos
Banhados por essa estranha chuva:
Demência alternativa