DILEMA
 
Perguntei ao meu silêncio e as noites mal dormidas
Por que este sentimento, e esta altura da vida?
O silêncio por sua vez, apontou-me à razão
Para que me respondesse, o porquê desta emoção.
A razão desconfiada, não quis se comprometer,
Ordenou que o coração decidisse responder.
Mas o coração fechado, temendo desilusão
Preferiu ficar calado, a ter que me dizer não.
Busquei então nas estrelas, respostas para o dilema,
Mas as nuvens tão espessas complicaram o meu problema.
E sem dormir outra vez, esperei amanhecer
Para perguntar ao dia se podia responder,
O porquê desta agonia eu precisava saber.
Mas o dia recolheu-se e no caminhar das horas,
Também não me respondeu e terminou indo embora.
Veio a noite novamente e sem nenhuma resposta,
Retornei ao coração, queria saber o nome
De um sentimento tão lindo nascido em tão poucas horas.
Respondeu descompassado, ofegante, reticente,
Que estava enamorado é assim que ele se sente.

Brasília, DF

Registrado na Biblioteca Nacional