Somente diamantes

Então a gente emerge de um oceano

Profundo e solene chamado sono

Um sonho denso e repleto de trevas

E poros e poços repletos de luz

E de repente se cobre com um pano

Imundo e leve, quente e longo

De um brilho intenso e completo de manchas

Que não se larga do corpo jamais

Subitamente o sonho não é mais adormecido

Mas sim bem vivo em nossos corpos

Que sofrem, quentes, os males, torpes

Do tecido sujo que brilha demais

Infelizmente, surgem os gritos

Que torcem os ossos e quebram os vidros

Correm com o tempo e param os passos

E no fim desenlaçam os braços

E finalmente cortam-se os dedos

E resta a lembrança do último toque,

O último beijo, o último apelo

E o pedido recusado de reconciliação

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 07/02/2009
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