POR QUE CHORAS, MEU AMOR…?
Por uma tristeza insolvível
Pois tudo o que pensas amar
Ou desejas tocar
É risível…
Por que choras, meu Amor…?
Nas miragens claras
Nas quais escolhes os teus amigos
E também inimigos
Aconselho-te a ter cuidado
Pois há o perigo
Deles se parecerem demasiado contigo
E de assim se poderem fundir
Naquilo que és
Naquilo que lutas por ser
Delimita bem as fronteiras
Pois é na precariedade delas
Que te podes perder
Perder de mim
E daquelas pessoas
Que dizes
(Nunca jurando…)
Amar
Depois notas que estás só
Afogada nas lágrimas avulsas
Que depois de acumuladas
Se transformaram num mar
Por onde navegas
Nunca pararás de navegar
Em busca de uma Ilha
Que te sirva de refugio
Que te possa salvar
Mas salvar de quê?
Se não te faltam avisos
Para evitar essa tua tentação pelo abismo
Se tens o meu afecto
Mas julgo que tal é algo que preciso
Mais do que Tu
Pois como o vento
Escolhes aleatoriamente a sorte
De para onde hás-de ir
Com quem hás-de estar
Sendo que assim
Serás a responsável
Por essa dor
Que te consome
Perante a minha terrível incapacidade
De te poder aliviar
E por isso te pergunto:
Por que choras, meu Amor…?