VERSOS DESLUMBRADOS
Quando te vejo eu sou tripulação de uma embarcação completamente sideral
Um ermo universo colossal querendo o sol que há em ti
Análogo do mais mágico existir, indevassável arsenal
Um homem que levita sobre o bem e o mal, no teu néctar a explodir!
E no silêncio de teu sono, tu corpo é o show que me imobiliza
Como um alvorecer numa enseada de Ibiza, iluminada como as praças de Paris
Quem é essa com quem o meu juízo não condiz? Decerto é quem me realiza
Soma de Diana e Monalisa, Vênus que me estonteia a cerviz!
Sou homem triturado quando a lida me retira sem ter dó
Não fosse o motivo de força maior, nada de ti me ausentaria
Parado eu ficaria, observando a adormecida sublimidade maior
Lençóis molhados de prazer e de suor, meu vinho nobre e pão de cada dia!
Eu pago frete e corro pelos pântanos, ponho as argolas de Saturno no teu dedo
Semeio acácias aos pés de teu segredo e rego esse insolente exagero sedutor
Tu és vital ao meu vigor, um raio amante pelo mais aventurante pesadelo
Não há carência nem receio ante a fortuna que é dispor de teu amor!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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