Dor da alma

A dor varre a alma e leva consigo

a certeza do amor fragmentado e partido.

Na ausência impressa revelo-me

espinho no lugar de onde

antes brotara a flor.

A fragilidade se despe perante

meus olhos molhados pelas

lágrimas sofridas que

tenho em vão reprimir.

Leveza de alma já não

possuo, pois o coração machucado

tinge-se no vermelho do

sangue sobre a paz que já não tenho.

Ainda escrevo sobre amores

deixados pelo vazio do caminho

e nas longas estradas

de cidades que visitei.

A noite fria aquece meu corpo

enquanto a solidão namora

a minha casa deserta de você.

Penso no passado contato em

quase duas décadas e

tento aceitar a partida no presente.

Se hoje choro é porque sou

esquecida de você nos

lugares da vida errante que presenciei.

Pressinto ao longe o toque

difuso do seu coração

no antigo pulsar que o tempo

não apaga, apenas adormece.

Revisitando seus olhos e

provando o doce de sua boca

o desejo não satisfeito

frustra o encontro marcado.

Perco-me no sonho e na

fantasia desenhada não tenho

pousada em sua vida.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 05/02/2009
Código do texto: T1423667
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