A ESPERA INFINITA

Eu fiz de tudo para conter aquele parecer tão impetuoso;

Compenetrei-me e estive afetuoso, assim fazendo por nós dois;

Procedi conforme a prudência me propôs, fui paciente e generoso;

Mas num arroubo furioso, inexplicavelmente o abandono te dispôs!

Assim te avistei sumindo ao meu olhar com passos apressados;

Intensos sentimentos misturados e a dor que um homem não suporta;

Na alma uma fratura exposta, sonhos dilacerados;

Alvos fracassados e os pés perplexos e parados em frente à porta!

Passou aquele inverno e tantos outros, porém eu nunca mais te vi;

Da porta, entretanto, não saí, olhando para a rua e vislumbrando teu regresso imaginário;

O mundo muitas vezes transformou o seu cenário, mas o meu peito não queria desistir;

Parado à porta eu envelheci, numa das mãos o meu perdão, na outra um afago solitário!

Tanto tempo se passou, o corpo já cansou e meus cabelos estão brancos ressequidos;

Mas nunca foram esquecidos, no meu pensar, nossos momentos de amor;

A injustiça te levou e soterrou todos os castelos e edifícios;

Mas eu não meço sacrifícios, te amo tanto que na porta te esperando ainda estou!

“Árvores morrem, sementes não. Pessoas perecem, o amor jamais!”

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 05/02/2009
Código do texto: T1423215
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