Razão e sensibilidade

Recolho as armas que usei na batalha

e desfaço agora as últimas

lágrimas que molham o meu rosto.

Absorvi cada palavra sua na

resignação da resposta que pedi.

Não preciso mais de armas.

A guerra acabou.

Não houve vencedores, apenas

corações estraçalhados

no campo de batalha.

O sangue derramado sobre

o solo já não mais existe.

Talvez não nasçam mais flores

nesse campo que agora

se torna infértil.

Haverá apenas pedra e espinhos.

Procuro a bandeira branca

da paz e o peito marcado,

ferido encontra repouso

em meus anseios profundos e presentes.

Se nesse contexto de dor e

despedida eu ousasse profanar

as palavras diria que o amor

feneceu em seu adeus.

Mas ainda vejo poesia vinda

de meus olhos e os lábios

bebem as letras que aqui

se unem ao me fazerem

esquecer você.

Nesse momento a razão

transpassa a sensibilidade

e torno-me a carne fria

que protege o corpo e

esconde a alma.

E o coração segue partido

na batida insolente do peito.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 04/02/2009
Código do texto: T1421555
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