Razão e sensibilidade
Recolho as armas que usei na batalha
e desfaço agora as últimas
lágrimas que molham o meu rosto.
Absorvi cada palavra sua na
resignação da resposta que pedi.
Não preciso mais de armas.
A guerra acabou.
Não houve vencedores, apenas
corações estraçalhados
no campo de batalha.
O sangue derramado sobre
o solo já não mais existe.
Talvez não nasçam mais flores
nesse campo que agora
se torna infértil.
Haverá apenas pedra e espinhos.
Procuro a bandeira branca
da paz e o peito marcado,
ferido encontra repouso
em meus anseios profundos e presentes.
Se nesse contexto de dor e
despedida eu ousasse profanar
as palavras diria que o amor
feneceu em seu adeus.
Mas ainda vejo poesia vinda
de meus olhos e os lábios
bebem as letras que aqui
se unem ao me fazerem
esquecer você.
Nesse momento a razão
transpassa a sensibilidade
e torno-me a carne fria
que protege o corpo e
esconde a alma.
E o coração segue partido
na batida insolente do peito.