ÁLIBIS DO AMOR
Quando a paixão consolidou os seus estrondos e manifestou os seus impactos;
Meus passos eram intactos e os olhos meus nem te cogitavam;
Sequer meus sonhos passeavam, nenhum de meus anelos era rápido;
E o que me veio foi um rapto, que os desenfreios certamente inesperavam!
Eu não estava no local e hora certa em que se deu o espetáculo;
Fui envolvido em seus tentáculos, fui conduzido além de mim;
Achava-me em solitário jardim, sem paz ou obstáculos;
E se cheguei até os palcos isso se deu pelas ações de um Serafim!
Foi esse anjo que escreveu a nossa história, e não eu;
Quando a saudade se perdeu, não foi meu peito sua escala preferida;
Minha canção foi sucedida nas notas de um mistério que me antecedeu;
E assim o amor nasceu, se eu entrar e sem olhar saída!
De sorte que meus álibis estão gritando por minha inocência;
Sem lógicas ou coerência, sem esconder o que repousa sob o pano;
Fui achado pelo engano que fez um pacto fiel à sua excelência;
Fui invadido por um céu que não pediu licença, e é por isso que eu estou te amando!