ÁLIBIS DO AMOR

Quando a paixão consolidou os seus estrondos e manifestou os seus impactos;

Meus passos eram intactos e os olhos meus nem te cogitavam;

Sequer meus sonhos passeavam, nenhum de meus anelos era rápido;

E o que me veio foi um rapto, que os desenfreios certamente inesperavam!

Eu não estava no local e hora certa em que se deu o espetáculo;

Fui envolvido em seus tentáculos, fui conduzido além de mim;

Achava-me em solitário jardim, sem paz ou obstáculos;

E se cheguei até os palcos isso se deu pelas ações de um Serafim!

Foi esse anjo que escreveu a nossa história, e não eu;

Quando a saudade se perdeu, não foi meu peito sua escala preferida;

Minha canção foi sucedida nas notas de um mistério que me antecedeu;

E assim o amor nasceu, se eu entrar e sem olhar saída!

De sorte que meus álibis estão gritando por minha inocência;

Sem lógicas ou coerência, sem esconder o que repousa sob o pano;

Fui achado pelo engano que fez um pacto fiel à sua excelência;

Fui invadido por um céu que não pediu licença, e é por isso que eu estou te amando!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 04/02/2009
Código do texto: T1421178
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