Soneto da indecisão
Rubros raios do céu em teu olhar eu vejo
após teu choro invadir-me a alma triste
festejando a chaga aberta onde te feriste
a esmo e privada do amor de tudo.
Auroras escondidas não beijam mais teus dias
e as estações fugiram e teu beijo faltou
no existido deste nosso amor
hoje ventaneando para um débil lado.
Vagas-me tontamente no olhar que vejo
quando meus olhos choram por ti com tuas lágrimas
no inviso do outro olhar já não mais tido.
E as festas de minha memória inda festejam
ateando fogo ao que eram em sonhos tua boca inda me beija
como se nunca houvesse querido ter-me abandonado.