OCULTAÇÃO

Acabei ocultando em uma das

gavetas do passado, tudo o

que tinha, lá ficou minha

vida e o que dela sobrou.

Lá também guardei os ecos

vibrantes e intermitentes

de nossas vozes, que ansiosas

desejavam despertar as madrugadas,

como se elas fossem nossas...

Em uma das gavetas e

com muito carinho, também

escondi a composição que

musicou o poema de nossa canção.

Com carinho reservei um lugar

especial para as folhas murchas

das incontáveis flores que deram

suas vidas para que sobre elas passasse.

Nossas confidências, também

não foram esquecidas, assim

como as memoráveis viagens

estonteantes ao infinito,

como se fôssemos ébrios autênticos...

Assim, se algum dia quiser

trazer alguma coisa à memória, é só

abrir a gaveta do passado, e encontrar

em primeiro plano, as lágrimas

que ali foram guardadas com prioridade...

Wil
Enviado por Wil em 03/02/2009
Código do texto: T1420212