SÓ AMOR

                                                  
                               
A quietude desta hora
Desnuda-me
Diante do templo – teus olhos.
Onde a decência
Entremeada de ventos fonéticos
Faz acordar a sacerdotisa enamorada
Que traz em suas mãos
Óleo perfumado
E mirra...
Clã da minha existência
Obedientes aos segredos
Da fonte secreta
Murmurem em meus ouvidos
As palavras que meus lábios
Depositarão em tua alma
Fazendo clarear
O teu semblante adormecido na dúvida.
É sabido
Que teu coração/meu coração
Pedra e sangue
Espírito e carne
Pulsam e vibram
Juntos.
Nascemos juntos
Na memória do pó
E na taça que sacia a sede do amor
E somente a vida
Conduz-nos nesta pauta
De notas aconchegadas
Na luz que me revela as tuas mãos.
Amor meu,
Carrego a demora dos dias
Em cada abraço
A ânsia da tua boca, em cada respiração
E a tua existência
Gravada na minha existência.
Como separar minha alma da tua
Se o perfume da vida exala?!
Fala amor meu, fala.
O que inocenta a minha agonia
E o meu bem querer?!
O que pode alegrar a noite
Quando a lua já se foi?!
Como construir sonhos
Quando a alegria é triste?...
Como sentir a luz
Se a sombra
Aos meus pés rasteja?!
Só o amor que te tenho
Que viaja este deserto pulsante de cores
E reluz aos teus pés
Entre o ouro e a prata
E nutre minha alma no silencio das palavras
Que ainda meus lábios não disseram.


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Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 03/02/2009
Reeditado em 01/02/2011
Código do texto: T1420205
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