ANJO NEGRO
Que me convidas
Nos teus braços
No teu colo
No teu útero
Para a eternidade
Na osmose de um sangue
E de uma alma
De uma beleza oculta
Que faculta
As portas
Da minha encerrada Interioridade
Anjo Negro
Da partilha
Desse corpo
Que tanto ensejo
Na força contida
De mil noites
E de perdidos beijos
Anjo Negro
De cabelo longo
Da cor do espaço mas sem estrelas
Pois elas brilham no teu olhar
Embora para caminhos da obscuridade
Me queiras levar
Pois és feliz triste
E infeliz contente
Numa mágoa passada
Mas que queres presente
Porque o teu luto
É a estrada para o infinito
No qual me segredavas
Gostar de estar
Possuis a ansiedade dos milénios
Que ainda queres observar
E embora tentador
O convite
Apesar de amar a tua vastidão
O cerne
Dessa escuridão
Preciso de luz a espaços
E por isso
A teu lado
Não sei se poderei estar…
Anjo Negro