Alma silenciosa

Ainda sou Rita, mas não sei

se sou Nina ou Rosa.

Tornei-me só no contexto da

vida errante que tive, nos

desencontros que o tempo

comigo compartilhou.

A tristeza de agora é como o

reflexo das lágrimas que

meus olhos vertem.

E a alma desaba do mundo

inquietante em que meu

corpo vive para buscar

abrigo em seu peito.

Há alegrias disfarçadas na

rua, no ritmo alucinante da

música que ouço, na

agitação noturna da cidade.

Em minha casa silenciosa

permito ao pensamento que

vá de encontro a você.

E nessa hora insana penso

onde estará você, qual o

livro lerá agora, a

música que talvez esteja a ouvir.

E sei que não pensa em mim.

Preciso partir, mas não sei

qual a porta devo abrir,

qual o caminho escolher.

Há apenas a incerteza que

permeia a alma insistindo

em ter esperanças vazias

de um dia saber que

talvez você volte para mim.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 03/02/2009
Código do texto: T1419727
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.