Desatino

Quando o pensamento vagueia a alma

docemente adormece no peito em flor.

Penso em nós como poderia ter

sido e não foi.

Lágrimas namoram insolentes

os olhos meus ao pensar em

você distante do abraço,

absorto no mundo, mergulhado

em vida própria.

Desatino meu estar ainda em você.

Não pertenço aos seus passos

e nossos caminhos foram dispersos

na partida sem adeus.

Ainda relembro sua imagem de

olhos tristes na janela da casa

vazia que se fez muralha

e campo de batalha entre

dois corações de mulheres em

disputa pelo homem que

a elas jamais pertenceu.

Preciso da dor que sinto para

repousar suavemente nesse papel

as mais belas frases

que consigo compor.

Assim reuno, além de palavras,

o resquício de sentimento

nutrido por você em meu

peito e não consigo afastar por

completo sua lembrança de mim.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 03/02/2009
Código do texto: T1419725
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