O meu amor
O meu amor tem sabor de tudo o que é
pecado e sei que por vezes os anjos
no céu fecham seus olhinhos doces.
O meu amo escreve nas linhas de
minhas poesias o desejo ardente
da carne no lençol molhado
pelo suor da paixão.
O meu amor é senhor de
minhas horas e toma posse do
pensamento quando assim
bem quer e sente.
O meu amor é feito de momentos
fortuitos nos beijos que dele
consigo roubar, nas carícias que faz
quando meu corpo nele está presente.
O meu amor é o mistério das
palavras que não diz, da
memória que não sente,
da ausência que vem e vai.
O meu amor é a perdição
de minha alma, a ferida do
coração que pensei estar
cicatrizada, a lágrima que
teima em visitar os olhos meus.
O meu amor é a letra do
meu nome, a resposta incerta
nas frases que defino como
sendo as janelas do meu sorriso.
O meu amor é o copo do vinho
que bebemos, o paladar da
comida que degustamos,
o doce sabor do beijo na sala,
do amor feito no quarto.
O meu amor não está nas
poesias de Cecília ou nos
versos de Bandeira.
Ele está nos poemas de Rita Venâncio.