TE AMO COMO SEMPRE

É certo que mais cedo ou mais tarde terei que colidir;

E desistir de me dissuadir para conter a escalada;

Desoxigenar a ilusão inflada, flertar com o reflorir;

Achar os mapas do redescobrir, que eu ergui na fuga infundada!

Não resta dúvida que o cerne do momento é mesmo agora;

Quando o infértil grão aflora, juras passam a ser verdades questionáveis;

Todos os fins se tornam intermináveis e me vejo por dentro como sou por fora;

Como um nunca servido pelo agora, como guerras entre tribos amigáveis!

Se eu te pudesse prescindir, há muito já serias um mal fatal;

Eu te lavrei num silêncio dialogal, eu te matei nessa mentira;

Não cogitei com o falhar da mira, nunca sonhei com o real;

E agora quero a doçura de teu sal, que sem o qual jamais me vira!

O fato é que não posso mais jogar e a cura já me envenenou;

Confesso que a loucura me tentou e até me enredou por breve engano;

Não foi um voto leviano, foi solidão que verdadeiramente me assolou;

Mas digo que nem ela te levou e como meu passado te amou - ainda te amo!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 02/02/2009
Código do texto: T1418433
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