Carta de Amor

Quando esta carta chegar...não abra!

Cansei de olhar as cortinas chorando

Liberdade nas janelas, as flores abrindo,

Sorrindo palavras cansadas, tua imagem

Desenhada na íris, dando adeus a luz opaca.

No segredo da noite dançávamos juntos,

Murmurando versos sobre espelhos imaginários,

Enquanto os sentidos entrelaçavam-se no eco

Das cirandas, no vento, vertendo brisa e poesia.

As nuvens derretiam como algodão doce, acariciando

Os olhos do sol. Enquanto filetes dourados pespontavam

As flores diamantados de verde, quanta saudade das águas

Bailando, desdobrando belos novelos, respingado sobre

Nossa monotonia branca. Que importa! Só ficou esta carta,

Nada mais, o frescor anelado destas palavras de adeus.