Poema sem nome
Se pudesses espiar aí onde bate meu coração
verias muito mais do que uma veia pulsar.
Verias o movimento de um sentimento a lutar
e a suave batida de uma simples canção.
Se pudesse falar-te do desejo que esta pena não cura,
da chuva fina que nele habita e não pára,
da pedra clara de uma ferida leve que não sara
e dos pedaços quebrados de minha pequena loucura.
Aí verias um sol, e assim saberias então
do tempo perdido que eu não queria,
do estalar devagar da lembrança vazia
e da palheta perdida do teu violão.