Poema sem nome

Se pudesses espiar aí onde bate meu coração

verias muito mais do que uma veia pulsar.

Verias o movimento de um sentimento a lutar

e a suave batida de uma simples canção.

Se pudesse falar-te do desejo que esta pena não cura,

da chuva fina que nele habita e não pára,

da pedra clara de uma ferida leve que não sara

e dos pedaços quebrados de minha pequena loucura.

Aí verias um sol, e assim saberias então

do tempo perdido que eu não queria,

do estalar devagar da lembrança vazia

e da palheta perdida do teu violão.

Silvana Bronze
Enviado por Silvana Bronze em 01/02/2009
Código do texto: T1417232